“Eu (pronome pessoal reto, primeira pessoa do singular)
aposto (verbo e regular de primeira terminação e transição direta)
que (conjunção que une a oração principal à (craseado) subordinativa substantiva objetiva direta a seguir)
ninguém (pronome indefinido)
fala (outro verbo regular de primeira terminação e transição direta)
desse (contração da preposição 'de' com o pronome demonstrativo 'esse')
jeito. (substantivo masculino abstrato singular)"
“Vixe”... Já pensou?
“Agora, me diz uma coisa: gramática pra que, se o cara quando chega aqui quer é ir pra balada carnaval praia e garotinhogarotinha?...”
Os extremos levam a nada.
Gramática x Oralidade: eis uma eterna discussão.
Professores, linguistas, gramáticos, pedagogos, didáticos... todos discutem o assunto sem chegar à conclusão alguma. E quanto mais títulos, maior a “permissão para impor-se”.
Enquanto isso, lá na linha de frente, o professor se depara, sentadinhos a sua espera, com:
➤gente que quer apenas sobreviver ao chegar ao Brasil: que aponta o que quer com o indicador, que cria pontos de referência para não se perder, que sabe falar “obrigadinho, todo bem, caipirinha"...
➤gente que quer viver o Brasil: conhecer e entender sua cultura, falar um pouco melhor e não parecer tão ET em um mundo estranho.
➤ gente que está aí porque tem que estar: ou estuda por causa de um exame final da escola ou porque está fazendo um trabalho afim ou ainda porque os pais querem.
➤e,também, gente que busca escalar mais alto em suas carreiras e veem o português como um instrumento útil para tal fim.
Enfim, gente de todo tipo, com motivações e/ou objetivos diversos.
Atrás do professor tem o dono do estabelecimento:
"Nada de gramática! Nada de gramática!", diz, enfática, uma titulada;
"Não responda a nenhuma pergunta fora do programa", inacreditavelmente, orienta outra.
Graças a Deus, o ouvido humano está habilitado a, às vezes, não exercer sua função primordial que é ouvir. É dver do professor 'desligar o ouvido' nessas horas. Senão, o que fazer quando alguém quer saber:
"Por que tal palavra leva acento"?
"Para que serve o chapeuzinho"?
"O que é esse 'o' na frente do 'que'”?
"Porque se escreve assim e não assado"?
"Porque o tilde está ao contrário"?
...
Como retirar do aluno o direito de perguntar???
Bem. Pode ser que a gramática não atraia o cliente (perdão, quis dizer aluno). É bem provável que ela possa espantar o freguês (confundi outra vez; quis dizer aluno). Porém, é impossível imaginar uma construção sem a base ou o corpo humano sem a estrutura óssea. Ninguém as vê, mas sabemos que estão aí (e ai se não estivessem).
Então, chega de disfarçar e tentar ignorá-la porque, plagiando a Calcanhotto “avião sem asa, futebol sem bola, Romeu sem Julieta; é assim a Língua sem gramática”.
Não! Isso não é uma defesa do uso da gramática, mas sim contra o pseudovanguardismo que incute nos alunos uma possibilidade perigosa ao ignorá-la.
A propósito, significado de Gramática:
➢http://www.dicio.com.br/gramatica/
s.f. Conjunto de princípios que regem o funcionamento de uma língua. A gramática orienta como as palavras podem ser combinadas ou modificadas para que as pessoas possam comunicar-se com facilidade e precisão. Não é preciso que uma língua possua escrita para ser dotada de gramática. As línguas indígenas, por exemplo, embora sejam apenas faladas, têm seus próprios princípios de funcionamento.
➢http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=gram%E1tica
sf (lat grammatica)
1-Estudo sistemático dos elementos constitutivos de uma língua (sons, formas, palavras, construções e recursos expressivos).
2-Livro em que se expõe esse estudo sistemático.
3-Arte de exprimir corretamente os pensamentos, quer falando, quer escrevendo...
Aos alunos de outras línguas maternas, uma gramática portuguesa funcional, que o ajude a alcançar seus objetivos e, por que não, a independizar-se.
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